Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Alagoas conseguiu acabar com uma quadrilha que atuava aplicando golpes contra instituições bancárias. Foi divulgada nesta sexta-feira (23), a prisão de quatro integrantes do grupo criminoso, sendo dois em Maceió, um em Penedo, município alagoano, e outro no Estado de Santa Catarina.
De acordo com o delegado Gustavo Xavier, diretor da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) e coordenador da operação, o caso foi denunciado por um dos bancos vítima dos golpistas.
Segundo a instituição, houve uma falha no sistema do banco desconhecido por seus gestores, mas de conhecimento do grupo criminoso. “É sabido que cada cheque, quando depositado em conta, permanece bloqueado até que o banco sacado sinalize se o cheque possui fundos, devendo o valor ser disponibilizado, ou se o cheque não apresenta fundos, devendo ser devolvido”, explica o delegado.
Então os criminosos descobriram que o prazo de bloqueio de cheques depositados em contas da instituição bancária, caso haja feriado municipal na cidade do banco sacado, é menor um dia do que a resposta do banco sacado.
“Assim, usando como exemplo uma das fraudes, criminosos depositaram em conta do banco um cheque de R$ 97.800,00, sendo o banco sacado situado em Iguapé/SP. O depósito ocorreu dia 6 de janeiro de 2020, data em que era feriado municipal na cidade paulista. O valor do cheque depositado deveria ter seu valor disponibilizado ao depositante 48 horas depois, ou seja, no dia 8 de janeiro. Ocorre que, com o feriado municipal, a informação de cheque fraudado somente chegou ao banco no dia 9 de janeiro”, completa.
Como os golpistas sabiam da disponibilização dos valores com prazo de antecedência de 24h, apressaram-se para, no mesmo dia, sacar todo valor disponibilizado. “Quando registrou inicialmente a ocorrência, o banco lesado apontou que três clientes de baixa ou nenhuma movimentação financeira disponibilizaram suas contas para o recebimento do crédito”, comenta Gustavo.
As três contas, segundo técnicos do banco, estavam sendo monitoradas constantemente por equipamento de IP, localizado no estado de Santa Catarina.
Além da participação da Deic de Alagoas, a operação teve o apoio do serviço de inteligência da polícia de Santa Catarina.
na foto ao lado, o delegado que efetuou as prisões