Motoristas de onibus decidem hoje se entram ou não em greve

id5

29 de abril de 2022

Os rodoviários de Maceió devem definir se deflagram greve nesta quarta-feira (10), após uma audiência de mediação marcada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) com o Município de Maceió e as empresas de ônibus da capital. A categoria cobra, além da manutenção dos benefícios já garantidos, uma solução para o pagamento do tíquete alimentação e do plano de saúde aos trabalhadores.

O procurador-chefe do MPT, Rafael Gazzaneo, e o procurador Luiz Felipe dos Anjos apresentaram, na segunda-feira (8), preocupação com a possível perda de benefícios dos trabalhadores, ao participarem de uma reunião realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) para se discutir a modicidade da tarifa de ônibus, a qualidade do transporte público e a sustentabilidade do sistema.

Ao final da reunião, após os debates, o Município de Maceió se comprometeu, no menor espaço de tempo, a apresentar uma solução temporária que garanta o equilíbrio econômico-financeiro no sistema de transporte público, a fim de viabilizar uma saída que permita às empresas permanecerem pagando os benefícios aos rodoviários.

O procurador Rafael Gazzaneo ressaltou a importância de o MPT participar das discussões conjuntas, já que tratam de como o serviço de transporte é oferecido à população, mas ressaltou que a situação dos rodoviários é uma preocupação imediata. “São aproximadamente 2500 trabalhadores envolvidos hoje no sistema. O auxílio alimentação representa quase um terço da remuneração e o plano de saúde é algo que a categoria conta porque está muito sujeita a doenças ocupacionais, então são benefícios muito representativos. Vamos tentar negociar até o último momento e evitar que isso seja levado ao poder judiciário”, afirmou Gazzaneo.

Já o procurador Luiz Felipe dos Anjos lembrou que a perda dos benefícios dos rodoviários é ainda mais grave porque, durante as negociações coletivas, a categoria renunciou a reajustes no salário para obter melhorias nos auxílios de alimentação e saúde. “Em março de 2020 não houve reajuste para os rodoviários. Estamos numa iminência de uma nova negociação, possivelmente sem reajuste novamente e, ainda, com a perda de benefícios que compõem o salário. Quem acompanha o histórico de negociações coletivas sabe que, em algum momento, houve a substituição de um determinado reajuste salarial por melhorias no tíquete alimentação e no auxílio saúde para a categoria”, explicou o procurador.

Matérias relacionadas...