Em um dia de pesca que não esperava por nada fora do comum, um pescador da cidade de Maragogi, no Norte de Alagoas, tomou um susto ao puxar a rede na segunda-feira de carnaval (20). Junto com os peixes, ele encontrou uma lagosta azul, espécie rara e com apenas dois registros no Brasil, conforme pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O animal foi devolvido ao mar após a foto.
“O pescador [cuja identidade não foi informada] ao puxar sua rede de pesca se deparou com a lagosta azul. A [pesca] lagosta está proibida por causa do período de defeso. Ele saiu para pescar peixes e encontrou a lagosta que foi puxada de forma acidental. Eles fotografaram e devolveram ao mar porque já sabiam da repercussão sobre o primeiro animal encontrado anos atrás”, disse o secretário de Meio Ambiente de Maragogi, Diego Vasconcelos.
Segundo o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cláudio Sampaio, biólogo e doutor em zoologia, é o segundo registro dessa espécie no Brasil. O primeiro foi feito na praia de Barra Grande, também em Maragogi, em 2019. O achado foi publicado em uma revista científica eletrônica, com informações técnicas e a geolocalização com as coordenadas do local.
O professor explicou que a cor azul em crustáceos pode estar associada a uma mutação de um gene que codifica o colorido característico de cada espécie. Mas em lagostas, a causa ainda é desconhecida.

O professor alerta sobre o período de defeso atual das lagostas, que vai até o mês de abril, quando é proibido a pesca, transporte e beneficiamento.
O secretário de Meio Ambiente informou que vai reforçar junto aos pescadores do município a importância de não capturar lagostas e, em casos acidentais, devolvê-las ao mar.