Jovem do RN foi morta em Arapiraca após discussão por programa sexual

Rebecca Loureiro

3 de março de 2023

Foi concluído e enviado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público de Alagoas o inquérito policial que apurou a morte da jovem Thalita Borges de Araújo, de 27 anos, no dia 03 de fevereiro, na cidade de Arapiraca, agreste de Alagoas. Thalita foi morta a facadas por um homem na porta da casa que ela havia alugado. A jovem tinha chegado do Rio Grande do Norte para morar na cidade alagoana no dia anterior ao crime.

Segundo o delegado Everton Gonçalves, da Delegacia de Homicídios de Arapiraca, a vítima e o autor não se conheciam, mas marcaram um encontro no dia do ocorrido, tendo em vista que a vítima trabalhava como garota de programa, e o autor confesso agendou com ela através de um site de acompanhantes.

O inquérito concluiu que, muito provavelmente, o homem assassinou Thalita depois de ter se irritado com a demora dela em atendê-lo. “O autor chegou a ir até a residência onde marcaram o encontro por duas ou três vezes, chamando a vítima, batendo no portão, e não foi atendido, o que gerou uma irritação. No começo da noite, ao receber enfim o autor em sua casa, possivelmente houve ali o desentendimento entre eles, em decorrência dessa demora. Apura-se também que a vítima pode ter sido morta por ter recusado a realizar o programa com o autor, pois ficou provado não ter havido relação sexual entre os dois”, contou o delegado.

Ainda conforme o delegado, Thalita veio ao Estado de Alagoas foi para trabalhar como garota de programa/acompanhante. No interrogatório, o assassino confessou o crime e alegou ter matado a vítima em legítima defesa, pois ela teria tentado lhe esfaquear, porque teriam se desentendido sobre o valor cobrado pela vítima. Mas, de acordo com a Polícia Civil, não foi encontrado amparo nos elementos colhidos para essa alegação do autor do assassinato. “Essa versão apresentada de que o crime teria sido praticado em legítima defesa não encontra nenhum tipo de amparo nos elementos dos autos”, descreve o delegado.

“O caso não se enquadra como crime de feminicídio, pois não estão presentes as condições previstas na legislação, verificando-se o crime de homicídio qualificado, pelo motivo fútil e por recurso que dificultou a defesa da ofendida”, concluiu Everton Gonçalves.

O autor confesso do crime continua recolhido no sistema prisional, onde permanece à disposição da justiça.

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