Investigação Social confirma que crianças eram torturadas por casal adotivo em Marechal Deodoro

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29 de abril de 2022

O Ministério Público Estadual (MPE) se manifestou, no começo da tarde desta sexta-feira (9), sobre o caso do casal preso suspeito de manter os filhos em condições subumanas, em duas casas em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió. Segundo o MPE o casal foi com base em depoimentos de testemunhas que relatam crimes de tortura praticados pelo casal contra os próprios filhos. O MPE solicitou ao Juizado da Infância e Juventude de Aparecida de Goiânia, em Goiás, a reavaliação dos processos de guarda e adoção de todas as vítimas.

O órgão afirma ainda que há, em Alagoas, quatro testemunhas que estão colaborando com as investigações. Essas testemunhas narraram para os investigadores fatos ocorridos dentro da casa onde o casal, Hermano Lopes Borges, de 48 anos, e sua esposa, identificada até o momento como Bartira, moravam com as crianças. “Elas narram, com riqueza de detalhes, os fatos ocorridos, especialmente, no interior da residência”, diz a nota do MPE.

 

A instituição confirmou que uma equipe multidisciplinar da Comarca de Marechal Deodoro realizou um estudo psicossocial da realidade familiar. A avaliação apontou que as crianças viviam em condições desumanas e degradantes e que diligências complementares realizadas pelo próprio MPE constataram que os menores eram submetidos a tortura física e psicológica por parte do casal. Como o processo tramita em segredo de justiça, os detalhes dos fatos não podem ser revelados.

Na nota, o MPE afirma ainda que o casal estava se preparando para fugir por conta das denúncias que já circulavam na cidade. “Quando do cumprimento da busca e apreensão, requerida pelo Ministério Público Estadual, constatou-se que havia malas prontas e que um microônibus estava preparado para fazer uma viagem. Além disso, os pais já tinham solicitado, nas escolas, a transferência dos filhos”, diz o texto divulgado pela assessoria.

O MPE reafirma ainda que o casal se mudou para Alagoas com as crianças após o início da investigação social no estado de Goiás, e que as crianças e adolescentes, alegam querer voltar para Aparecida de Goiania e “não desejam mais permanecer sob a guarda do casal”.

A assessoria do MPE informou que nos autos há provas suficientes contra os pais e que o relatório feito pela equipe multidisciplinar da Comarca de Marechal Deodoro, há várias imagens que comprovam que o órgão teve motivos suficientes para pedir a prisão de Hermano, e sua esposa, Bartira.

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