Cemitérios tem grande movimentação para enterro das vítimas de Covid em Maceió

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29 de abril de 2022

A alta de casos e de mortes por Covid-19 em Alagoas tem impactado, diretamente, no setor de funerárias do Estado e demonstra sinais de colapso. As empresas que prestam este serviço lidam com falta de EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] no mercado para os colaboradores, redução drástica do efetivo por contaminação pela doença e inúmeros transtornos por falta de vagas nos cemitérios para os sepultamentos.

Para atenuar o cenário prestes a ficar caótico, o Sindicato das Empresas Funerárias do Estado de Alagoas (Sefal) apela para que a categoria seja incluída no rol dos profissionais que podem receber a imunização contra o coronavírus. A entidade avalia que a vacinação evitaria o adoecimento dos trabalhadores, mantendo a atividade em um percentual próximo da totalidade.

O secretário-geral do sindicato, Nycolas Macêdo, informa que a maior luta do segmento, agora, é pelo direito à vacina para os colaboradores. “Agora, o Governo liberou a vacinação para os profissionais com mais de 50 anos, mas nosso efetivo não é composto nem por 20% nesta faixa de idade”, destacou.

Ele pede para que o serviço funerário seja incluído nesta primeira fase de imunização contra a Covid, citando que alguns estados da Federação já abriram este precedente e os funcionários deste segmento começaram a receber a primeira dose.

Macêdo revela que algumas empresas do ramo ficaram com 80% dos funcionários afastados ao mesmo tempo por causa da doença. Com a segunda onda, a quantidade de mortes e de casos confirmados tem assustado a classe.

O secretário-geral do Sefal apela para que o poder público reforce, nos decretos que passem a vigorar, as regras para funerais em casos de coronavírus. “O Governo do Estado e as prefeituras devem se posicionar quanto ao seu serviço de óbito, uma vez que nós somos a ponta do processo. Se nós não tivermos capacidade de atendimento, vira um caos”, desabafa.

De acordo com o sindicalista, as regras devem proibir os velórios com mais de duas horas e com restrição a, no máximo, 20 pessoas para as situações em que a morte não tenha se dado por Covid-19. Nos casos de coronavírus, ele solicita que os corpos sejam imediatamente sepultados, sem exposição ao público.

Quanto às vagas nos cemitérios, ele comenta que o quadro beira um colapso. “Não há mais vagas. Infelizmente, quem sofre são as famílias, que ficam peregrinando de cemitério em cemitério para conseguir fazer o sepultamento. Diante disso, as empresas funerárias ficam de mãos atadas com a família”.

A administração dos cemitérios públicos de Maceió informou que os corpos que atingem o prazo de três anos são retirados para que hajam novos espaços. Esses corpos são identificados, levados para o ossário e lacrados. “Cerca de 90% dos entes não procuram os restos mortais após o fim do prazo. Porém, para os 10% restantes que desejam levar o sepultamento para outro cemitério, o ossário é acessível e mantém os restos mortais identificados”, diz trecho da nota.

Dados de vítimas sepultadas nos cemitérios de Maceió, com suspeita e diagnóstico confirmado de Covid-19:

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