Cadeia, só para o vendedor de passarinho

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29 de abril de 2022

A Polícia Federal acaba de anunciar que entará na investigação para tentar identificar e indiciar quem ou o quê causou as manchas de piches que apareceram em centenas de praias em todo nordeste, exceto no Estado da Bahia.  Essa é uma ótima notícia e deveríamos usar a Polícia Federal também para outras questões.

Por exemplo, há poucas semanas, aqui em Alagoas, juntaram o IMA, Ibama, Ministério Publico Estadual, Polícia Civil, Polícia ambiental, Vigilância Sanitária, Secretaria de Saúde e várias organizações não governamentais, para percorrer o interior ribeirinho ao Rio Sao Francisco para identificar crimes ambientais. 

Logo no primeiro dia, todo este batalhao, encontrou um homem que estava vendendo quatro passarinhos. O homem foi preso, conforme manda a lei. Mas nem precisavam ir tão longe. Bastava parar em Marechal Deodoro e identificar a causa da mortandade de centenas de toneladas de peixes, que dizem os experientes pescadores da lagoa, foi causada por produtos tóxicos usados em plantação de cana e levado até a lagoa pela água da chuva. 

Poderiam, por exemplo, parar no centro de Maceió e verificar de quem é a culpa do Rio Salgadinho despejar todos os dias, sem parar, milhares e milhares de metros cúbicos de esgoto na principal praia da capital. Poderiam usar a Polícia Federal para saber onde vai a verba do saneamento, que não resolve o problema do esgoto no Vale do Reginaldo, deixando o rio poluído e nossas crianças morando na beira do esgoto até que ele escorra até a praia.

Tenho a nítida impressão, de que se todo esse batalhão de funcionários públicos ligados aos órgãos ambientais, mais a Polícia Federal, for colocada sobre a problemática questão do Rio Salgadinho, muita gente estaria indiciada e tendo que prestar constas á Justiça.

Ou será que cadeia é só pro vendedor de passarinho?

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