Quase mês depois de uma criança ser encontrada numa lata de lixo em Maceió, a Polícia Civil conseguiu localizar a mulher que deu a luz ao bebê, em seguida colocado em um saco plástico e jogado numa lixeira do bairro Trapiche da Barra.
Horas depois a crainça chorou e chamou atençnao de quem passava pelo local. O SAMU encaminhou a crinça para a UTI do Hospital Santa Mônica, onde continua internada e todos torcem pela vida da menina.
A mulher finalmente foi identificada e localizada na casa da avó, no bairro Vergel do Lago. Em depoimento na delegacia, ela disse que deu a luz sozinha em casa. Sem saber o paradeiro do pai da criança e sem o apoio de qualquer membro da família. E como a criança não chorou e nem se mexia, ela pensou que estava morta e então decidiu pelo descarte no lixo. Agora a mulher esta sendo indiciada por infanticídio.
Claro que a narrativa do fato é chocante. Mais ainda para quem é mãe ou pai e fica imaginando como um ser humano é capaz de tamanha bárbarie. Mas passada esta emoção e examinando a questão com a devida imparcialidade, percebemos que esta mulher não é a única culpada.
Pois como disse a delegada que a indiciou, durante todo o tempo na delegacia, a mulher chorava, tremia e se dizia arrependida. E relatou á condição de extrema pobreza á que vive.
Sem eximir a mãe da culpa do abandono cruel, podemos começar a imaginar a situação dela. E prestar melhor atenção ao que acontece ao nosso redor e perceber que ao contrário do que diz a propaganda na TV, a nossa saúde pública não funciona assim tão bem.
Pois se realmente funcionasse o programa de pré natal á todas as mulheres e fosse acessível a todas as pessoas que necessitam, já haveriam percebido a situação de sub nutrição da gestante, a sua instabilidade psicológica e mais: A condição de extrema pobreza que o recém nascido seria submetido e os riscos á sua saúde e bem estar. Prova disso que acabou numa lata de lixo. Então ela não teve acesso ao acompanhamento psicológico, como diz na propaganda. E também ao contrário da propaganda, ela não teve o acompanhamento das assistentes sociais ou as visitas em domicílio.
Concluindo este exame: A mulher que abandonou a criança numa lata de lixo, não deveria ser a única indiciada por infantiício. Mas também aquele, que se diz administrador do serviço público, mas que no fundo, não passa de propagandista enganador.
Pois este, todos os dias, joga crianças no lixo, as deixa na beira de valas de esgoto ou morando debaixo de casas improvisadas com paredes de papelão e com cobertura de incerteza no futuro.